Inflação, juros, impostos...
Parece que estamos presos a tantos
problemas globais, alguns deles com nomes e significados tão intrincados como
impeachment, foro privilegiado... Contas, aqui e fora, recheadas de zeros e
zeros... As conversas estão permeadas de “fica”, “fora”, petróleo, corrupção...
Não há como fugir de tudo isso, até o calor está perdendo o seu lugar como mote
de conversa paliativa na fila da lotérica, no elevador ou na mercearia. Muita conversa,
pouca solução e nenhum amor.
Tornamo-nos
pessoas práticas. Conversamos sobre o que é rentável, o que pode gerar lucro, o
que deveria ser feito, quem seria a pessoa mais apropriada para representar uma
nação. Reclamamos do preço do arroz, do feijão, do aumento do gás, da passagem
de ônibus... Ser romântico em tempos de caos é o mesmo que plantar uma pedra e
esperar nascer uma flor.
Mas o que não entendemos é que o que
realmente está faltando, de verdade, é amor. Se os grandes políticos tivessem
amor pelo povo que dizem representar, pela nação que dizem defender, não
tirariam dos cofres públicos tanto dinheiro para investir no próprio ego.
O que esperar daqui pra frente? Mais
guerras? Mais problemas políticos insolúveis? Parem o mundo, pois quero descer!
Desculpem-me, mas não quero viver em um mundo tão mecanizado, consumista e tão
cheio de desamor. Recuso-me a aceitar que considerem ultrapassado escrever uma carta
de amor, sair para ver o por-do-sol, banhar na chuva ou correr em direção ao
vento. Não seria tão utópico desejar que, em meio ao caos, em meio à tanta
desordem e tanta injustiça, expressemos amor. Um sorriso a quem passa na rua, desejar
um bom-dia ao motorista do ônibus, ao segurança da escola, aos faxineiros do
trabalho, aos vizinhos; uma ligação no meio do dia a alguém especial, dividir o
lanche, carregar as sacolas de alguém; ouvir histórias de pessoas mais
velhas... Gentileza gera amor, carinho gera amor, solidariedade gera amor,
respeito gera amor, amor gera amor!
Quando todos perceberem que o amor é a
única arma contra a injustiça, contra a violência e contra a desordem, irão
vencer a guerra!